Hoje, gostaria de dedicar esta edição a uma pessoa por quem eu tenho muito carinho e também à sua família. Meus pensamentos, coração e preces estão com vocês, com TODOS vocês. Frequentemente, tentamos encontrar respostas, racionalizar o inexplicável com "E se's?". "E se tivéssemos feito de outro jeito e não assim?" "E se não tivéssemos decidido isso, mas algo diferente?" "E se...? "E se...?"... procurando de quem é a culpa, quando não há culpa, apenas cada um fazendo o seu melhor em um mundo cada vez mais pleno de exigências e pressões que pesam nos ombros das pessoas e as fazem perder o foco, mesmo no que há de mais precioso em suas vidas.
Desejo sempre a todos, em dias felizes e sobretudo em dias de pesar, que haja o amor, a compreensão e o apoio um ao outro. Os seres humanos não precisam estar sozinhos, têm um ao outro, e isto é imenso! Que cada um possa amar e perdoar a si mesmo(a) e aos demais e seguir em frente não apenas nos dias felizes da vida, mas nos dias que requerem força, resignação, coragem e fé para continuar a caminhada.
Para quem se foi, fica o amor eterno, não apenas de cá para lá, mas também - para mim, sem dúvida - de lá para cá. Um anjo que torce para ver todos bem, pois há sempre o desejo profundo de felicidade para quem amamos. Se nos colocarmos no lugar de quem parte, percebemos que o sofrimento de nossos entes queridos, por mais compreensível que seja, é tudo o que não gostaríamos de ver. Agora, é cedo, mas, permitam que o tempo cure. O fim não existe, nem de quem parte, nem do amor que os une em espírito.
Despeço-me com a transcrição de um áudio e tradução que fiz há pouco de uma pergunta de um garotinho para Thích Nhất Hạnh, sábio monge budista de lições profundas e um dos fundadores do Monastério Plum Village, na França, e sua resposta. Ele frequentemente utiliza elementos da natureza para explicar a vida com uma delicadeza que toca a alma de quem realmente o escuta com atenção.
Eis o texto:
"- Como a gente se sente quando está morto?"
As outras crianças riem por um momento da pergunta do garotinho e, então, o monge serenamente lhe responde:
"- A pergunta é se depois que você morre você ainda tem sentimentos, certo? Como você se sente quando morreu, certo? Esta é uma pergunta muito boa e profunda. Suponha que você faça à nuvem que está flutuando no céu a mesma pergunta. 'Minha querida nuvem, eu sei que um dia você irá morrer. Você não será mais uma nuvem. Então, o que você sente agora e o que sentirá depois de morrer? Depois de morrer, você terá algum sentimento? Perguntamos à nuvem. E se nós ouvirmos com cuidado, poderemos ouvir uma resposta. [...] Ela está lá flutuando no céu, mas sabe que um dia irá desaparecer, irá morrer. O mesmo é verdadeiro com um homem e uma mulher.
Esta não é a pergunta de uma criança, mas a de um filósofo! Se a nuvem souber praticar meditação - quem sabe? - a nuvem descobrirá que nunca poderá morrer. Ela nunca poderá morrer! Porque morrer significa tornar-se nada. De alguma coisa, você se torna nada - é isso que queremos dizer por 'morrer'. Você existe e, de repente, não existe mais. Isso é morrer. Mas, é possível que a nuvem morra? É possível uma nuvem virar nada? Não. Uma nuvem pode virar chuva, neve, gelo ou neblina, mas uma nuvem nunca pode ser nada. E o ser humano é assim também. Parece que nós morremos, mas, na verdade, nós não morremos. Nós sempre continuamos. Não nesta forma, mas em outras formas. Você consegue ver isso? Em verdade, há muitas nuvens em nós. Todo dia, nós bebemos muitas nuvens. (O monge leva seu pequeno copo d'água aos lábios e bebe um pouco.) Esta é uma nuvem que estou bebendo. Então, setenta por cento do meu corpo é nuvem. E se a nuvem não morre, eu não morrerei. Eu continuo sempre. Então, quando você é uma nuvem, sente como uma nuvem. Mas, quando você não é mais a nuvem, pode ser a chuva, e você sente como chuva. Então, também haverá sentimento depois que a nuvem virar chuva. Depois da dissolução deste corpo, você não sentirá com este corpo, mas sentirá com outros corpos que se seguem. Lembre-se: é impossível algo morrer. Esse é o ensinamento do Buda. E não só do Buda. Muitos cientistas perceberam isso. Há um cientista francês que disse: 'Nada nasce, nada morre.' Seu nome é Antoine Lavoisier. Antoine-Laurent Lavoisier. 'Rien ne se crée, rien ne se perd.'* Significa dizer: 'Nada nasce, nada morre.' Isso se aplica à nuvem. A nuvem não nasceu. Porque nós pensamos que 'nascer' significa: do nada, nos tornamos alguma coisa. Mas, uma nuvem não veio do nada. Antes de ser nuvem, foi outra coisa, como a água do oceano, o calor do sol... Então, antes de ser nuvem, ela era outra coisa. Não veio do nada e, portanto, sabemos que é impossível uma nuvem nascer e é impossível ela morrer. E o ser humano é assim. Você não veio do nada. Antes de nascer, você já existia. Antes de sua mãe conceber você no ventre, você já existia, metade no seu pai e metade na sua mãe. E a metade do seu pai encontrou a metade da sua mãe e tornou-se um(a) pequeno(a) você. Assim, o momento da concepção não é o começo. Não há começo. Não há fim. Então, a sua natureza é como a natureza da nuvem: não-nascimento e não-morte, não se preocupe. E a meditação nos ajuda a enxergar a natureza do não-nascimento e da não-morte e isso remove [...] o medo do não-ser. Esse é um ensinamento muito profundo do Buda. [...] Que (linda) pergunta!"
* "Rien ne se perd, rien ne se crée : tout se transforme." (“Nada se perde, nada se cria: tudo se transforma."), famosa frase de Antoine-Laurent Lavoisier (1743-1794). 💫
Deixo aqui o link de uma publicação de 2020, cujos versinhos da abertura eu também gostaria de compartilhar. Visitem-no, se puderem, quando acabarem de ver a edição de hoje:
https://afadadovento.blogspot.com/2020/06/vida-continua-hoje-de-algum-lugar-longe.html
https://afadadovento.blogspot.com/2020/06/vida-continua-hoje-de-algum-lugar-longe.html
Fiquem em paz, meus amigos. 🌷
Que a luz de Cristo esteja com todos vocês. 🙏
Um abraço cheio de amor,
A Fada do Vento
💫
Artista: Claude Monet
(1840-1926)
Nota: A série Nenúfares ou Lírios d'Água é formada por aproximadamente 250 obras
Músicas do dia
Enquanto escutava e escrevia a sensível analogia acima entre as nuvens e o ser humano e a inexistência de início e fim para ambos - e para tudo -, lembrei-me da delicada composição do italiano Ludovico Einaudi intitulada Nuvole Bianche ("Nuvens Brancas"). Filmagem realizada no Teatro Steve Jobs, em 2019:
Vídeo postado por: Ludovico Einaudi
© All rights reserved
&
O vídeo mais longo de hoje foi publicado aqui no site em 17 de março de 2020. Decidi trazê-lo novamente, pois é um dos meus preferidos nos momentos em que preciso acalmar a mente e o coração. Espero que ele seja como um abraço a todos que estejam precisando de um. 🙏🫂
"528Hz | Chakra do Coração Aberto ➤ Frequência do Amor Música 528hz | Ativação do Chakra do Coração 528hz - Amor 528hz" - 2 horas:
Se possível, utilize fones de ouvido 🎧 ou deixe-o tocando na TV. 📺:
Vídeo postado por: ZenLifeRelax
© All rights reserved
***
No último dia 05, este espaço completou quatro anos. Na esperança de que mais e mais pessoas cá encontrem um lugar seguro para descansar e meditar, continuo esse trabalho com amor e dedicação. Guardo ainda o mesmo querer presente na primeira publicação e que escrevi na edição de aniversário em 2022:
Alegra-me escutar pessoas dizerem que cá vêm para relaxar e adormecer às noites com as músicas e sons da natureza, citações e imagens aqui encontradas. Escolho-as com carinho, na esperança de ajudar quem vem à procura de inspiração e descanso. É um cantinho de aconchego e amor, com o qual vocês podem contar todas as horas.
Continuem reservando um momento em seu dia para relaxar, sonhar e renovar sempre as esperanças! ✨
Muitas bênçãos, amigos!
Com afeto,
A Fada do Vento
💫
O conteúdo deste blog é dedicado a trazer um momento de repouso e encanto para seu dia. Cada publicação contém uma citação ou passagem literária, uma pintura (em tela, afresco...) e até dois vídeos com músicas e sons relaxantes. O segundo vídeo frequentemente é longo, a fim de que você possa ouvi-lo enquanto estuda, trabalha ou medita, com a página aberta ou em outra aba de seu navegador.
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Hoje só tenho a muito agradecer pelo texto...E, tenho a absoluta certeza....“Nada se perde, nada se cria: tudo se transforma.".
ResponderExcluirMais uma vez obrigada e claro, pelas musicas que ouço todos os dias.
Namastê 🙏🙏❤❤
Bom dia Flavinha!!!🌞
ResponderExcluirBom dia Fadinha do Vento🧚 !!
Sempre nos levas a altos voos e singulares momentos de beleza!!😁
Muito grato🤲
Felicidades 💙💖💚
Flávia , um dos mais lindos episódios da Fada , que você já concebeu...
ResponderExcluirHoje vi você , linda , madura , crescida e transmutada em um ser belo , fluído , espiritual. Que orgulho ser sua amiga.
Mais um quadro de Monet , que eu adoraria contemplar para sempre...
Encheria de luz o meu ambiente. Na minha casa , eu tiraria todos os outros e o penduraria num lugar em que o visse sempre , de vários ângulos . E me bastaria...
Compondo e fechando a tríade de hoje , a música perfeita de Einaude.
Uma sinfonia completa , hoje , A Fada do Vento.
Gratidão pelo carinho e por todo o amor, que realmente não conhece distância, meus queridos amigos. 💕
ResponderExcluirUm beijo e um abraço cheio de saudade 💫
💖💖💖💖💖💖💖
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